São medicamentos que destroem bactérias e por isso curam infecções. Cada antibiótico só atua sobre um certo tipo de bactérias, deixando outras intactas. É por isso que só o médico deve escolher o antibiótico adequado aos sintomas e à gravidade da infecção. Por exemplo: uma otite pode precisar de um antibiótico diferente de uma pneumonia, de anginas, de uma infecção urinária, etc.
Apesar de alguns antibióticos não provocarem efeitos secundários graves, eles só devem ser tomados quando forem indispensáveis. Esses efeitos pode depender da pessoa que os toma. Alergias, urticária, comichão, vómitos, diarreia, etc. são alguns dos efeitos indesejáveis que poderão aparecer ao tomar um antibiótico. Se os efeitos desagradáveis forem difíceis de tolerar deve-se falar com o farmacêutico ou médico para saber como evitá-los ou se há necessidade de substituir por outro.
Para serem eficazes, os antibióticos devem ser tomados com o mesmo intervalo de horas até ao fim do tratamento. Se o intervalo for aumentado poderá acontecer de haver uma recaída, sendo necessário repetir o tratamento com outro. O número de horas entre duas tomas varia com o antibiótico e pode ser de 6, 8, 12 ou 24 horas. Deve-se seguir exatamente as instruções do médico.
Habitualmente os antibióticos são tomados até ao final da embalagem, uma vez que estas estão dimensionadas para o tratamento habitual. Poderá acontecer que seja necessário prolongar por mais tempo, pelo menos 3 dias depois de desaparecerem os sintomas da infecção. Deve-se, pois, seguir as indicações médicas.
Se o tratamento foi levado até ao fim, obedecendo ao intervalo das tomas, e mesmo assim os sintomas persistem, deverá falar-se com o médico, pois, poderá ser necessário prolongar o tratamento ou escolher um antibiótico mais potente.
Os antibióticos em xarope necessitam de cuidados especiais. Devem ser preparados na farmácia mas, se não puder ser deve usar-se água destilada na sua preparação ou água fervida fria. Deve-se seguir as instruções de preparação. Depois de preparados devem ser guardados em local fresco ou no frigorífico e consumidos no prazo indicado na embalagem para depois de preparado. As doses também devem ser medidas com rigor.
Na farmácia não se vendem antibióticos sem receita médica porque só o médico está apto para diagnosticar o tipo de infecção. Poderá acontecer de se estar a tomar um antibiótico errado e a infecção se agravar mais.
Os antibióticos estão entre os medicamentos mais importantes e poderosos de que dispomos. Mas porque estes medicamentos nem sempre são utilizados corretamente, algumas bactérias estão a tornar-se resistentes a eles Se o uso incorreto continuar, os antibióticos podem deixar de funcionar no combate às bactérias e isso é um problema sério para todos nós
As infecções provocadas por vírus (ex.: dores de garganta, constipações, etc.) não devem ser tratadas com antibióticos porque estes não destroem vírus.
As bactérias são "espertas" e estão programadas para sobreviver. Estão constantemente a evoluir e a adaptar-se ao ambiente. Quando os antibióticos não são utilizados corretamente - por exemplo, quando são utilizados em doenças causadas por vírus ou quando não se cumpre com rigor o horas das tomas ou a duração do tratamento - algumas bactérias podem morrer, mas as bactérias mais resistentes sobrevivem e multiplicam-se
É importante perceber que são as bactérias, e não as pessoas, que se tornam resistentes aos antibióticos. Por isso, como estamos todos expostos diariamente a bactérias, a resistência aos antibióticos não é um problema individual, mas antes um problema de todos. As bactérias resistentes podem causar infecções que são mais difíceis de tratar, o que significa que os antibióticos podem deixar de ser eficazes quando realmente precisarmos deles.
Sempre que se toma um antibiótico sem necessidade, ou não seguindo as instruções médicas, aumenta a resistência das bactérias que deveria combater reduzindo a sua eficácia.
As infecções por bactérias resistentes são mais difíceis de curar e transmitem-se a outras pessoas. As bactérias resistentes sobrevivem na presença do antibiótico e continuam a multiplicar-se, causando uma doença mais grave e difícil de tratar. Estas bactérias podem transmitir-se para outras pessoas diretamente ou através do meio ambiente.
As infecções causadas por vírus não devem ser tratadas com antibióticos. É o caso das gripes, constipações, algumas dores de garganta, pingo no nariz, tosse seca, que são causadas por vírus e portanto não são curadas com antibióticos.
Apenas o médico pode fazer o diagnóstico correto e decidir se é necessário receitar antibiótico e qual o mais adequado.
Em caso de prescrição a dose, horário das tomas e duração do tratamento devem ser cumpridos. Se sobrarem alguns comprimidos não devem ser guardados para posteriores tomas.
A penicilina foi o primeiro antibiótico descoberto por Lexander Fleming em 1928. Desde então, muitos outros antibióticos foram descobertos e utilizados na medicina para tratamento de muitas doenças até então mortais.
Durante anos os antibióticos foram usados e abusados de uma forma inapropriada contibuíndo para um fenómeno que se verifica nos dias de hoje, a resistência bacteriana a múltiplos antibióticos, tornando difícil tratar certas infecções como pneumonia, tuberculose, gonorreia e salmonelose.
A resistência das bactérias aos antibióticos é um fenómeno que se observa desde a descoberta dos mesmos. A resistência consiste na capacidade das bactérias de se multiplicarem na presença de um antibiótico. Essa capacidade poderá ser uma característica da própria estirpe bacteriana ou ser adquirida. Neste último caso, a resistência deve-se à forma como é usado o antibiótico e da capacidade que algumas bactérias têm de se adaptarem ao meio e o "fintarem". Essa nova capacidade é transmitida a outras bactérias por diferentes maneiras, diretamente pela multiplicação ou indiretamente pela troca de material genético com outras bactérias.
Existem bactérias que são multirresistentes, ou seja, resistem a mais do que um antibiótico. São exemplos: Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) – São Staphylococcus aureus resistentes a todas as penicilinas. Enterococcus resistente à vancomicina (VRE) – A vancomicina é um antibiótico de última geração, utilizado quando todos os outros já não funcionam em certas bactérias gram-positivas. Enterobacteriaceae produtoras de carbapenemases – Bactérias resistentes a carbapenenos, que são antibióticos de última linha no tratamento de infeções por enterobactérias. Pseudomonas aeruginosa multirresistente - Uma das principais bactérias causadoras de infeções hospitalares, complicando situações de imunossupressão em transplantados, queimaduras, ventilação mecânica e fibrose quística. Mycobacterium tuberculosis multirresistente – Tornando o tratamento da tuberculose mais difícil. Clostridium difficile - É uma bactéria anaeróbica gram-positiva formadora de esporos (difíceis de ser eliminados) que produzem toxinas. Estas toxinas são responsáveis por causar infeções e danos ao intestino e estão associadas ao uso de antibióticos. |
As bactérias que adquirem resistência a um determinado antibiótico sobrevivem à administração do mesmo e continuam a multiplicar-se, agravando a infeção. O antibiótico deixa de ser eficaz.No passado, as bactérias resistentes eram, sobretudo, encontradas em meio hospitalar, contudo, agora podem ser encontradas em múltiplos locais:
Isto contribuí para uma rápida disseminação e a crescente dificuldade de tratamento de algumas infeções comuns.
O tratamento das infeções causadas por bactérias resistentes é um desafio, pois os antibióticos habitualmente usados não são eficazes, obrigando ao uso de antibióticos de segunda e terceira linha. Estes são substâncias mais caras e, por vezes, com mais e mais graves efeitos secundários e em tratamentos mais prolongados. Mas mesmo estes também poderão ter resistências. Tendo já surgido bactérias resistentes a todos os antibióticos conhecidos.
A perda da eficácia dos antibióticos disponíveis pode colocar em risco a prevenção e o controlo das infeções. Infeções graves já controladas nos países desenvolvidos, como a pneumonia, a tuberculose, a infeção por VIH e a malária podem tornar-se uma ameaça. Intervenções da medicina moderna como transplantes, quimioterapia e cesarianas poderão acarretar mais risco por possibilidade de infeções multirresistentes.
Embora estejam a ser investigados e desenvolvidos novos antibióticos, não se prevê que estes sejam eficazes contra as bactérias multirresistentes.