A Zona manifesta-se por uma erupção na pele e é provocada pelo mesmo vírus que, geralmente na infância, origina
a varicela. Popularmente é conhecida por "cobro" ou "cobrão", pois a distribuição das lesões cutâneas na pele
faz-se muitas vezes lembrar a forma de uma serpente.
É uma doença infecciosa provocada pela reativação do mesmo vírus que provoca
a varicela. Caracteriza-se por uma erupção cutânea acompanhada de dor intensa, num dos lados do corpo, que ocorre com maior frequência
em indivíduos com mais de 50 anos.
A Zona, também designada por Herpes Zoster, aparece apenas nas pessoas que tiveram varicela em alguma altura da sua vida. Após a varicela, normalmente na infância, o vírus não é eliminado do organismo, o vírus aloja-se num nervo, geralmente junto à espinal medula e aí fica como que adormecido. Pode manter-se assim durante muitos anos.
Quando as defesas naturais do organismo enfraquecem temporariamente, o vírus pode reativar-se, deslocando-se, então, ao longo do nervo até atingir a pele, onde provoca a erupção característica da Zona. Este processo é quase sempre acompanhado de uma dor localizada muito intensa, pois todo o nervo por onde o vírus se desloca fica muito inflamado.
O enfraquecimento das defesas naturais pode dever-se a fatores como:
95% da população adulta já teve varicela pelo que tem no organismo o vírus que provoca a zona, estando
em risco de desenvolver a doença.
1 em cada 4 pessoas irá desenvolver zona ao longo da vida.
O risco de desenvolver a
zona duplica aos 50 anos devido ao enfraquecimento do sistema imunitário associado ao envelhecimento.
O primeiro sintoma da Zona é quase sempre a dor intensa localizada, que se sente, às vezes, antes de
surgirem as lesões da pele. A maioria dos doentes sente na área afetada dor intensa ou ardor que pode ser constante ou intermitente.
Por vezes, estímulos habitualmente não dolorosos, podem provocar dor intensa.
Na fase aguda da Zona (quando existe erupção
cutânea) a dor está presente, em média, durante 2-4 semanas.
As lesões são pequenas bolhas avermelhadas que surgem progressivamente ao longo de uma faixa estreita de pele. Normalmente, surge uma erupção cutânea unilateral que pode aparecer em muitos locais, mas a localização mais comum é a região do tórax, cabeça e pescoço. A erupção cutânea evolui para vesículas (bolhas) dolorosa. As vesículas passam a feridas em três dias; após uma semana a dez dias as feridas secam e as crostas caem ao fim de duas a três semanas.
A principal complicação da Zona é a permanência da dor. Esta dor, a que se dá o nome de neuralgia pós-herpética, pode tronar-se crónica e persistir durante meses ou anos, impedindo muitas vezes o doente de levar uma vida normal e despreocupada. Podem ocorrer outras complicações, como por exemplo quando são atingidos os olhos. Nestes casos, existe o risco de cegueira.
Em 10 a 20% dos casos, a Zona afeta o olho e pode causar alterações da visão ou mesmo cegueira. Pode também provocar perda de audição no lado afetado, assim como infecções cutâneas ou cicatrizes permanentes.
A zona deve-se à reativação do vírus da varicela que ficou latente no organismo, como tal, não é possível contrair através de outras pessoas. Um indivíduo com Zona pode transmitir o vírus a alguém que nunca teve varicela, normalmente a crianças, que desenvolverão a varicela. Sendo a forma de contágio identico ao da varicela.
Deve-se ir imediatamente ao médico assim que as bolhinhas surgem na pele. Se se sentir uma dor aguda localizada, do tipo queimadura ou facada, mesmo antes das bolhas aparecerem, não se deve adiar a ida ao médico. Quanto mais cedo o médico prescrever o tratamento adequado, mais depressa desaparecerão as feridas e mais hipóteses terá de as dores não continuarem.
A Zona não tem cura, contudo, alguns medicamentos podem diminuir a duração da doença e a intensidade da dor, quando tomados nas 72 horas após o início dos sintomas. Os medicamentos para a Zona têm como prioridade máxima o controlo da dor, mas este pode ser difícil e muitas vezes o alívio não é o desejado.
É muito importante levar o tratamento até ao fim. Os banhos mornos acalmam a erupção, mas deve evitar-se a aplicação de talco e cremes. Usar roupas soltas e macias, para evitar pressão nas áreas afetadas. Não coçar, nem arrancar as crostas.
Foi recentemente lançada, em Portugal, a primeira vacina para a prevenção da zona e da nevralgia pós-herpética, que está já disponível nas farmácias, para vacinação de adultos a partir dos 50 anos, numa única administração, mediante prescrição médica.