A hipertensão arterial (HTA) é a doença nº1 da nossa civilização. Como a alteração dos valores ocorre, normalmente, sem que as pessoas afetadas dêem por isso, a doença, muitas vezes, só é detectada por um acaso durante um exame médico de rotina.
Os valores da pressão arterial derivam da força exercida pelo sangue nas paredes dos vasos sanguíneos e dependem do bombeamento do coração e da resistência oposta pelos pequenos vasos.
A subida e a descida dos valores da tensão arterial são perfeitamente normais. Durante o dia é mais elevado do que durante a noite, esforços físicos, a excitação, o frio, o café e o tabaco fazem subir temporariamente a tensão. De hipertensão fala-se quando os valores estão permanentemente elevados.
Os valores da tensão arterial variam ao longo do dia. Ao acordar, de manhã, observa-se um aumento, particularmente brusco, desses valores.
Há estudos que demonstram existir correlação entre esse aumento e o número de enfartes e ataques cardíacos, os dois riscos principais da tensão arterial elevada.
Os valores ideais variam com a idade. Para um indivíduo com 20 anos a classificação é a seguinte:
Graus |
Pressão Arterial (mm de Hg) |
|
Sistólica |
Diastólica |
|
Hipotensão |
100-120 |
60-80 |
Ótima |
120 |
80 |
Normal |
120-130 | 80-85 |
Normal alta |
130-140 |
85-90 |
Hipertensão |
>140 |
>90 |
A Pressão Sistólica (pressão máxima) corresponde à pressão observada quando o coração está contraído, em sístole, e o sangue é expelido através da artéria aorta. A Pressão Diastólica (pressão mínima) corresponde, por seu lado, à pressão observada quando o coração está relaxado, em diástole.
A HTA obriga o coração a exercer mais força para conseguir levar o sangue arterial a todo o corpo. Este maior esforço leva a um aumento do músculo cardíaco (hipertrofia) e à dilatação do coração. Como consequência o coração deixa de ser capaz de bombear o sangue necessário ao organismo e mesmo ao o músculo cardíaco, originado angina de peito.
Mesmo uma hipertensão crónica ligeira pode provocar lesões do coração e vasos sanguíneos. Aterosclerose, enfarte do miocárdio, arritmia cardíaca, acidente vascular cerebral, disfunções renais, etc. são algumas das consequências da hipertensão.
Existem dois tipos de Hipertensão:
Hipertensão Essencial. Não tem causa aparente, sendo resultado da combinação de vários fatores de risco como:
Hipertensão Arterial Secundária. Têm uma causa bem definida como por exemplo:
Mesmo as pessoas com tensão arterial normal devem fazer medições regulares da tensão e contatar o médico quando houver qualquer alteração nos valores, para avaliação do caso.
Antes da visita ao médico, deve-se efectuar duas medições por dia durante uma semana:
Se a pressão arterial está estável, a medição deverá ser uma vez por semana, duas vezes ao dia.
Numa primeira fase o tratamento consiste na alteração do estilo de vida:
Numa segunda fase, se a alteração do estilo de vida não for suficiente, o médico instituí uma medicação, que deverá ser sempre acompanhada das medidas dietéticas.
Existem muitos medicamentos para o tratamento da hipertensão. A escolha de um ou mais medicamentos dependem de numerosos fatores.
Em relação ao mecanismo de ação os antihipertensores dividem-se em:
O tratamento farmacológico instituído não se destina a curar a HTA, mas a controlar os valores da tensão, por isso, deverá ser mantido para sempre.
O objetivo é controlar os valores da tensão com o mínimo de medicamentos, que significa menos efeitos secundários e menores custos. No entanto, em certos casos é necessária a combinação de vários medicamentos para atingir o objetivo da tensão arterial ideal.
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