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SAÚDE e MEDICAMENTOS - Hepatite B

Vírus

Hepatite B

O que é?

A hepatite B é uma infecção viral do fígado que pode manifestar-se de forma ligeira mas que, em casos mais graves, pode tornar-se mortal.

Como se transmite?

A Hepatite B transmite-se pela entrada do vírus no organismo através de:

  • Líquidos orgânicos (ex.: sangue, pus, saliva, lágrimas, urina, vómito, esperma, secreções vaginais, suor, etc.);
  • Da mãe para o filho durante a gravidez;
  • Feridas, arranhões, picadas, golpes de objetos cortantes e perfurantes contaminados (ex.: agulhas, facas, tesouras, etc.);
  • Relações sexuais sem proteção (preservativo).

Os principais transmissores são os toxicodependentes, os homossexuais e bissexuais com vários parceiros sexuais, bebés contaminados e outros doentes.

Os principais grupos de risco situam-se entre os profissionais de saúde, recém-nascidos de mães portadoras do vírus, indivíduos com familiares infectados, hemofílicos, hemodialisados, toxicodependentes, militares, bombeiros, forças de segurança, indivíduos com vários parceiros sexuais.

Quais os sintomas?

Os sintomas surgem ao fim de 45-65 dias após o contágio. Os mais comuns são a febre, enjoo, sede, fadiga, dores de cabeça e das articulações, que irão evoluindo para fraqueza intensa, icterícia, urticária, fezes claras e urinas escuras. O diagnóstico é baseado nos sintomas e confirmado por análises ao sangue.

Qual o tratamento ?

Não há ainda medicamentos eficazes e específicos para a cura da Hepatite B, mas há cuidados gerais e ter em conta, como por exemplo:

  • Repouso do doente enquanto se mostrar necessário;
  • Alimentação equilibrada, rica em doces e pobre em gorduras, ingestão de bastante água, particularmente se tiver vómitos. Proibição total de bebidas alcoólicas;
  • Tomar apenas os medicamentos receitados;
  • As vitaminas podem acompanhar a alimentação e o tratamento;
  • Vigilância do doente para evitar o enfraquecimento e o perigo da desidratação.

Prevenção

Antes do contágio:

  • Vacinação;
  • Usar sempre luvas de borracha quando for necessário tocar em feridas, objetos e locais sujos de matéria orgânica;
  • Nunca partilhar objetos cortantes (ex.: facas, lâminas, agulhas, etc.);
  • Destruir o vírus nos objetos contaminados através da utilização de lixívia ou por meio do calor (fervura durante 30 minutos);
  • Escolher barbeiros, cabeleireiros, manicures e pedicures que utilizem apenas utensílios devidamente esterilizados;
  • Usar preservativos desde o início das relações sexuais.

Após suspeita de contágio:

Consultar imediatamente o médico para administração urgente do soro específico contra Hepatite B.

Há suspeita de contágio quando ocorrem situações como:

  • Picadas, cortes, feridas e arranhões com objetos sujos por líquidos ou sólidos orgânicos;
  • Salpicos com líquidos orgânicos;
  • Relações sexuais sem preservativo;
  • Recém-nascidos, cujas mães contraíram Hepatite B, ou haja suspeitas de tal ter ocorrido durante a gravidez e primeiros meses após o parto.

Hepatite Crónica

Em certos casos a hepatite B poderá evoluir para a cronicidade.

A hepatite crónica é um processo inflamatório contínuo do fígado de duração superior a 6 meses. Em 70% dos casos é causada pelo vírus da hepatite B, C e Delta. A maioria (90-95%) das infecções por hepatite B evolui para a cura. No entanto, uma pequena percentagem poderá desenvolver uma hepatite crónica.

Recém nascidos (contaminados no momento do parto pela mãe) e indivíduos imunossuprimidos (doentes de sida, transplantados) têm elevada probabilidade de desenvolver infecção crónica. Em cerca de 20% dos infectados crónicamente a doença evolui para cirrose, normalmente, 5-20 anos após.

Tratamento

O doente deverá ser orientado quanto ao seu potencial infectante, que depende da fase da doença. Os familiares deverão ser vacinados depois de serem feitos testes sorológicos.

O objetivo do tratamento é o de evitar a replicação de vírus (fase em que é potencialmente infectante). Atualmente usa-se o Interferon (IFN), que é o agente naturalmente produzido pelo organismo para combater a doença. Em doentes transplantados ou cirróticos usa-se a Lamivudina 150mg/dia. Estes tratamentos têm muitos efeitos secundários devendo, por isso, ser cuidadosamente seguidas pelo médico.

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