Os microrganismos que provocam a infecção, em geral, entram nas vias urinárias pela extremidade inferior das vias urinárias, ou seja, a abertura na ponta do pénis no homem ou a abertura da uretra na mulher, que se localiza na vulva. A infecção também poderá ter origem nos rins.
As infecções das vias urinárias podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos ou uma variedade de parasitas. Dependendo da zona afetada são classificadas de:
Infecções do trato urinário | |
Órgão | Infecção |
Uretra | Uretrite |
Bexiga | Cistite |
Ureteres | Ureterite |
Rins | Pielonefrite |
As infecções bacterianas do trato urinário são mais comuns em crianças até aos 6 anos, mulheres com vida sexual ativa e nos idosos. Em crianças as infecções são muitas vezes assintomáticas. Já nas mulheres adultas jovens é grande a incidência de infecções sintomáticas. 50% das mulheres têm I.T.U. ao longo da vida, sendo muitas vezes recorrente. No homem adulto jovem as infecções do trato urinário são muito raras.
As infecções são, em geral, causadas por bactérias presentes na flora intestinal ou na vaginal. Nas infecções agudas o agente causador é sobretudo a Escherichia coli. Estas resultam do desequilíbrio entre as bactérias patogénicas e os mecanismos de defesa do trato urinário.
Para confirmar se é uma infeção urinária pode recorrer-se aos testes de autodiagnóstico, que são realizados com uma amostra de urina.
A infecção mais vulgar é a causada pelo vírus herpes simples tipo 2. Atingem o pénis no homem e a vulva, o períneo, colo do útero e vagina na mulher. Quando afetam a uretra tornam a micção muito dolorosa.
A Candida albicans(uma levedura) é o agente causador mais vulgar. Muitas vezes está associado a infecção bacteriana.
A uretrite é uma infecção da uretra, o canal que leva a urina desde a bexiga ao exterior do corpo. Pode ser causada por bactérias, fungos ou vírus. As infecções bacterianas são mais vulgares nas mulheres e têm origem na flora intestinal e vaginal. A uretrite também pode ser causada por microrganismos transmitidos por via sexual, como é o caso da Neisseria gonorrhoeae, clamídia e vírus herpes simples. Mas, nestes casos, os órgãos sexuais têm maior probabilidade de serem infectados.
O tratamento depende da causa da infecção. Caso se trate de uma infecção bacteriana, administram-se antibióticos. Nas infecções fúngicas usam-se antifúngicos. Uma infecção causada pelo vírus do herpes simples pode ser tratada com um medicamento antiviral, como o aciclovir.
São inflamações da mucosa da vagina, vulva e as duas em simultâneo (órgãos genitais femininos externos). Produz-se uma secreção vaginal.
Causas:
A higiene pessoal insuficiente pode favorecer o crescimento de bactérias e de fungos, bem como causar irritação.
Durante a idade fértil, a mulher sofre alterações hormonais provocam uma secreção anormal aquosa, mucosa ou branca-leitosa, que varia em quantidade e características conforme as diferentes fases do ciclo menstrual. Depois da menopausa, o revestimento interno da vagina e dos tecidos da vulva perdem espessura e o fluxo normal diminui devido à falta de estrogénios. Em consequência, a vagina e a vulva infectam-se e lesionam-se com maior facilidade.
O sintoma mais frequente da vaginite é a secreção vaginal anormal (mais espessa que a normal e a cor é variável), com odor forte e acompanhada de comichão e dor vaginal.
A vaginite bacteriana é muitas vezes assintomática. Uma infecção bacteriana da vagina tem tendência para produzir uma secreção turva branca, cinzenta ou amarelada com odor repugnante ou semelhante ao do peixe. O cheiro torna-se mais intenso depois do ato sexual ou da lavagem com sabão, pois ambos diminuem a acidez vaginal e, como consequência, favorece-se o desenvolvimento bacteriano. A vulva pode estar irritada ou com uma ligeira comichão.
O Tratamento requer antibióticos orais, pelo que é aconselhado ir ao médico.
A vulvovaginite fúngica é maioritariamente causada por Candida albicans (um fungo). Provoca uma comichão moderada a intensa e ardor na vulva e na vagina. A pele torna-se avermelhada e é áspera ao tacto. Da vagina sai uma secreção espessa, semelhante ao queijo, que tem tendência para aderir às suas paredes. Os sintomas pioram durante a semana anterior ao ciclo menstrual. Esta infecção tem tendência a reaparecer nas mulheres que sofrem de diabetes mal controlada e nas que estão a tomar antibióticos.
Distingue-se da infecção urinária pela ausência dos sintomas urinários (dificuldade e frequência urinárias).
O tratamento das infecções fúngicas ligeiras é feito com cremes e/ou óvulos vaginais antifúngicos.
As soluções anti-sépticas podem ser usadas como complemento de vulvovaginites não específicas ou mistas.
A Tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível (DST) produzida pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Provoca uma secreção branca, verde-acinzentada ou amarela que pode ser espumosa. A secreção aparece pouco depois da menstruação e pode ter um odor desagradável. É acompanhada de uma comichão muito intensa e dor abdominal.
As infecções mais vulgares são as de origem bacteriana seguidas das fúngicas e da tricomoníase. Muitas vezes são infecções mistas.
Tratamento oral com metronidazol (medicamento de receita médica obrigatória) em simultâneo com parceiro sexual e aplicação vaginal de comprimidos de clotrimazol.