O consumo de psicofármacos, incluindo os ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, está em crescimento em Portugal. Consumo que por si só já é
muito superior a outros países europeus. A classe destas substâncias mais consumidas é a das benzodiazepinas.
As benzodiazepinas atuam por potenciação da ação inibitória do ácido gama-aminobutírico (GABA) na neurotransmissão.
Os principais usos das benzodiazepinas são a insónia, a ansiedade, as perturbações de pânico, as convulsões, como relaxante muscular e no síndrome de abstinência de álcool e drogas.
Existem numerosas substâncias pertencentes a este grupo terapêutico. A principal diferença reside no tempo de semi-vida, tempo que duram os efeitos no organismo antes de serem eliminadas. As benzodiazepinas de curta duração de ação são hipnóticas (usadas na insónia). As de longa duração são sobretudo ansiolíticas (usadas no tratamento da ansiedade).
Mas estes medicamentos não são isentos de efeitos secundários. Os mais temidos são a sedação e alterações psicomotoras que podem originar quedas e acidentes em máquinas e na condução. Muito importante são as alterações na memória, a amnésia, a diminuição da vigília e confusão mental. As reações adversas são mais comuns nas benzodiazepinas de longa duração de ação. As benzodiazepinas de curta ação têm maior potencial para causar habituação. As pessoas idosas são mais susceptíveis aos efeitos adversos, pelo que a Sociedade Americana de Geriatria não aconselha o seu uso como primeira escolha..
Apesar da eficácia e boa tolerância, os efeitos secundários que originam, a tolerância e dependência que provocam tornam-nas num grave problema de saúde pública. A prescrição é excessiva, face às indicações clínicas aprovadas e o seu uso prolonga-se por períodos superiores aos recomendados.
Nos casos em que se pretende tratar um problema de insónia deve optar-se primeiramente por medidas de modificação de estilos de vida e higiene do sono:
Fazer | Evitar |
Deitar quando tiver sono | Atividades stressantes antes de deitar |
Levantar todos os dias à mesma hora | Refeições abundantes antes de deitar |
Ambiente agradável na luz, som e temperatura | Dormir durante o dia |
Exercícios de relaxamento antes de deitar | Consumir álcool e cafeína |
Exercício físico no final da tarde | Ficar na cama depois de acordar |
Tomar banho relaxante |
No caso de estas medidas não funcionarem recorre-se ao uso de substâncias naturais ou medicamentos não sujeitos a receita médica e somente depois às benzodiazepinas, por períodos curtos.
Obtido o resultado pretendido a retirada da benzodiazepina deverá ser lenta e progressiva.
Também no caso do tratamento da ansiedade se deverá adotar, primeiramente, medidas não farmacológicas (terapia cognitiva-comportamental) e somente depois recorrer à terapia farmacológica.
Existem situações em que não é recomendado a toma/prescrição de benzodiazepinas:
As infecções causadas por vírus não devem ser tratadas com antibióticos. É o caso das gripes, constipações, algumas dores de garganta, pingo no nariz, tosse seca, que são causadas por vírus e portanto não são curadas com antibióticos.
Apenas o médico pode fazer o diagnóstico correto e decidir se é necessário receitar antibiótico e qual o mais adequado.
Em caso de prescrição a dose, horário das tomas e duração do tratamento devem ser cumpridos. Se sobrarem alguns comprimidos não devem ser guardados para posteriores tomas.