Há quatro princípios que fundamentam a prática homeopática:
Todo o produto que administrado em baixas doses a um indivíduo saudável desencadeia determinados sintomas, pode fazer esses mesmos sintomas no indivíduo doente se administrado em doses altamente diluídas.
A fim de se conhecer as potencialidades terapêuticas das substâncias, os homeopatas realizam experimentações em pessoas sãs para recolha dos seus efeitos. A estas experiências chamam-se Patogenesia. A experimentação é feita nos próprios ou em outras pessoas saudáveis. Normalmente não se utilizam animais.
A preparação homeopática dos medicamentos segue uma técnica própria em que a substância inicial é submetida a sucessivas diluições com água ou álcool, acompanhadas de agitações rítmicas (dinamizações ou potencializações). Esta técnica tem por fim anular os efeitos colaterais e manter as propriedades da substância.
O indivíduo é avaliado com um todo, onde entram aspectos da constituição, condicionantes hereditários, personalidade, etc. Os sintomas são tidos como uma reação do indivíduo a uma agressão. A resposta terapêutica leva em conta todos os aspectos individuais e a evolução verificada após as primeiras doses do medicamento.
São medicamentos homeopáticos preparados antecipadamente a partir de produtos de origem bacteriana, se secreções ou excressões patológicas ou não, de tecidos animais ou vegetais e de alergenos. Somente são administrados, por via oral, a partir da 3ª ou 6ª diluições decimais. São sujeito a ensaios de esterilização.
São bioterápicos preparados extemporaneamente a partir de fontes fornecidas pelo próprio doente. Destina-se unicamente à pessoa que forneceu a fonte e posteriormente é destruída.
Dilui-se uma parte da substância pura em 99 partes de solução hidroalcoólica a 70%, agita-se 100 vezes, obtendo-se assim a primeira potência (1CH). A segunda potência (2CH) é obtida diluindo uma parte da primeira em 99 partes de solução, seguida de agitação. E assim sucessivamente para as outras potências. Em homeopatia, quanto maior for a diluição seguida de dinamização maior será a potência.
As atenuações das substâncias sólidas são obtidas por triturações sucessivas, em almofariz de porcelana, de uma parte da substância com 9 partes de lactose. A partir de 3 triturações centesimais sucessivas pode-se solubilizar a substância. A primeira preparação líquida possível de substâncias insolúveis, e por conseguinte os grânulos, é de 4CH.
Aplicando o número de Avogadro, a partir da 9ª diluição centesimal Hahnemanniana não haveria nenhuma molécula do corpo diluído. Contudo os medicamentos são eficazes. A explicação para o funcionamento destes é baseada numa reação electromagnética que se verifica.
A preparação de doses infinitesimais necessita de técnicas precisas. Como se utiliza quantidades tão baixas do princípio ativo, para obter as diluições imediatas necessitava-se de quantidades enormes de veículo, o que se torna impraticável. Por isso fazem-se diluições sucessivas, até à obtenção da diluição pretendida.
Escala Centesimal Hahnemanniana (dita Escala CH) | Escala Decimal Comum (dita Escala D ou X) | Concentração química (diluição) do soluto [em partes por 10 X] | Nota |
½C, ½CH, C½, CH½ | 1D, D1, 1X, X1 | 1 para 10 (C = 10−1) | Considerada a menor diluição hahnemanniana A menor "potência", pelo método homeopático. |
1C, 1CH, C1, CH1 | 2D, D2, 2X, X2 | 1 para 102 (C = 10−2) | Maior diluição que 1X, isto é, contém menor quantidade de soluto para mesma quantidade de solvente, porém considerada de maior "potência" pelo princípio das doses infinitesimais da Homeopatia. |
3C, 3CH, C3, CH3 | 6D, D6, 6X, X6 | 1 para 106 (C = 10−6) | |
4C, 4CH, C4, CH4 | 8D, D8, 8X, X8 | 1 para 108 (C = 10−8) | |
5C, 5CH, C5, CH5 | 10D, D10, 10X, X10 | 1 para 1010 (C = 10−10) | |
6C, 6CH, C6, CH6 | 12D, D12, 12X, X12 | 1 para 1212 (C = 10−10) | |
7C, 7CH, C7, CH7 | 14D, D14, 14X, X14 | 1 para 1414 (C = 10−10) | |
12C, 12CH, C12, CH12 | 24D, D24, 24X, X24 | 1 para 1224 (C = 10−24) | Conforme a físico-química moderna (limitação quantitativa imposta pela Constante de Avogadro), essa diluição tem cerca de 60% de probabilidade de conter pelo menos uma molécula do soluto original para cada mol deste utilizado na sua preparação. |
30C, 30CH, C30, CH30 | 60D, D60, 60X, X60 | 1 para 1460 (C = 10−60) | Diluição defendida por Hahnemann para a maioria dos casos. |
200C, 200CH, C200, CH200 | 400D, D400, 400X, X400 | 1 para 12400 (C = 10−400) | Diluição do popular composto homeopático Oscillicoccinum: preparação homeopática usado na prevenção e tratamento da gripe. |