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SAÚDE e MEDICAMENTOS - Intolerância aos excipientes

Medicamentos

Intolerância a excipientes

Os medicamentos possuem na sua composição, além dos princípios ativos, substância desprovidas de propriedades curativas ou preventivas de doenças. No entanto, nem sempre esses excipientes são inertes e podem apresentar riscos em pessoas mais sensíveis.

Além dos princípios ativos, as substâncias responsáveis pelo efeito do medicamentos, estes possuem:

  • Conservantes e antioxidantes;
  • Edulcorantes;
  • Diluentes, absorventes, aglutinantes, desagregantes e solventes;
  • Corantes.

Conservantes e antioxidantes

O álcool benzílico(conservante) pode causar reações de hipersensibilidade, dermatite de contacto, náuseas, fadiga, rash, angioedema e dorna administração de injetáveis.

O metilparabeno e propilparabeno podem causar reações de hipersensibilidade. Podem desencadear urticária, dermatite de contacto e angioedema em indivíduos com intolerância aos salicilatos, pois têm uma estrutura química similar. Acontece o mesmo com o ácido benzóico e os benzoatos (conservantes).

O tiomersal pode causar relações alérgicas quando usados como conservantes em produtos oculares.

O cloreto de benzalcónio pode causar irritação ocular e descoloração das lentes de contacto moles. Pode agravar a rinite medicamentosa induzida por descongestionantes nasais.

Com o uso de cetrimida verificam-se situações de queimadura da pele. É desaconselhável o uso de álcool com cetrimida em recém-nascidos.

Os antioxidantes à base de sais de enxofre (bissulfitos, metabissulfitos, sulfitos, anidrido sulforoso) podem causar rinite perene, urticária crónica e relações de hipersensibilidade caracterizadas por broncoconstrição, prurido, dor no peito, angioedema e hipotensão.

O butil-hidroxitolueno pode causar irritação ocular, na pele e mucosas.

Edulcorantes

A sacarose deve ser evitada em doentes com intolerância à frutose, síndrome de má-absorção, deficiência enzimática e restringida em diabéticos. O uso prolongado favorece o aparecimento de cáries dentárias.

A frutose provoca elevação da glicemia, sendo desaconselhada em diabéticos e contra-indicada em intolerantes. Em doses elevadas tem efeito laxante.

O sorbitol e o xilitol são metabolizados em frutose, pelo que o seu uso é contra-indicado em intolerantes à frutose. Estão associados a transtornos intestinais comprometendo a absorção dos medicamentos.

O aspartame é uma fonte do aminoácido fenilalanina, podendo ser prejudicial em doentes com fenilcetonúria. Também já se verificaram relações de hipersensibilidade, cefaleias e relações neuropsiquátricas.

A sacarina é um derivado da sulfonamida, pelo que deve ser evitada em doentes com hipersensibilidade às sulfonamidas.

O ciclamato de sódio pode causar fotossensibilização, eczema e dermatites.

Diluentes, absorventes, aglutinantes, desagregantes e solventes

De uma forma geral, estes componentes são usados para dar volume ou transportar as substância ativas.

Em doentes com intolerância à galactose, deficiência na enzima lactase, e síndrome de malabsorção, a lactose pode estar associada a dor abdominal, flatulência, diarréia, desidratação e acidose metabólica.

Os doentes celíacos podem tomar medicamentos com amido de trigo e derivados, no entanto, doentes com alergia à proteína do trigo não devem consumir medicamentos com estes excipientes.

O etanol é um solvente que pode provocar intoxicações e sobredosagem acidental. O álcool pode afetar o efeito de certos medicamentos.

O propilenoglicol tem um efeito tóxico no sistema nervoso central. Na aplicação tópica está associado a dermatite de contato.

O óleo de rícino pode causar relações cutâneas, distúrbios no estômago e diarréia.

Corantes

Corantes como tartrazina (E102), amarelo-sol (E110), amarante(E123), ponceau 4R (E124), eritrosina (E127), indigotina (E132),amarelo quinoleína ( E104), carmim (E120), entre outros, usados no fabrico de medicamentos estão associados a diversas reações de hipersensibilidade, de anafilaxia, urticária, dores abdominais e vómitos.

 

Os efeitos indesejáveis que se verificam após a toma de um medicamento poderão ter origem não só no princípio ativo, mas em qualquer dos excipientes utilizados no seu fabrico.

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