As formas naturais de vitamina K são a filoquinona ou vitamina K1, encontradas em hortaliças e óleos vegetais, e as menaquinonas ou vitamina K2, maioritariamente sintetizadas por bactérias intestinais. A menadiona ou vitamina K3 é uma pró-vitamina convertida no fígado em Vitamina K2.
A função mais conhecida da vitamina K está relacionado com a sua ação no processo de coagulação sanguínea. É fundamental para síntese hepática de proteínas envolvidas na coagulação, como os fatores II (pró-trombina), VII, IX e X (fatores de coagulação) e as proteínas C, S e Z (inibidoras da coagulação).
A filoquinona é a forma predominante de vitamina K em alimentos como: óleos, gorduras, frutas e hortaliças. A salsa, os espinafres, o repolho, o agrião, os brócolos, o óleo de soja e o azeite são extremamente ricos nesta vitamina.
A absorção da filoquinona presente nos vegetais é um processo lento, sendo influenciado pela digestão. A presença de gorduras na dieta possibilita um aumento na absorção, possivelmente pelo estímulo da secreção biliar e da formação de micelas. O fígado e outros órgãos parenquimatosos podem armazenar pequenas quantidades desta vitamina.
Alguns distúrbios gastrointestinais, como a obstrução do canal biliar, doença inflamatória intestinal, pancreatite crónica, que estão relacionadas com uma absorção de gordura deficiente, promovem também baixa absorção da vitamina K. Doenças no fígado também podem interferir no metabolismo da vitamina K. Além disso, as dietas hipocalóricas em conjunto com tratamentos à base de antibióticos que promovem a destruição da flora intestinal, reduzem a obtenção dessa vitamina e podem levar à carência da mesma.
Em adultos, a hipovitaminose de vitamina K não é comum, pois está amplamente distribuída nos alimentos de origem vegetal. Adicionalmente, ocorre a síntese da vitamina K pela microflora intestinal normal, que sintetiza menaquinona.
A deficiência clínica da vitamina tem sido classicamente descrita como hipoprotrombinémia e está associada ao aumento no tempo de protrombina. Em casos graves, pode haver hemorragias graves resultado de uma atividade inadequada dos fatores dependentes de vitamina K. Em recém-nascidos, a deficiência pode ocorrer devido ao transporte placentário de vitamina k pouco eficiente em conjunto com baixa oferta da vitamina, no caso de má alimentação materna. Em casos graves, pode ocorrer a doença hemorrágica do recém-nascido, que se manifesta por sangramentos anormais, justificando-se a administração de doses profiláticas de vitamina K após o nascimento.