Saúde e Medicamentos

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Aleitamento

É já durante a gravidez que o corpo da mulher se prepara para a alimentação do futuro bebé. A amamentação é uma das atividades mais naturais e benéficas para a mãe e para o bebé. Nenhum leite de substituição consegue reproduzir as propriedades únicas do leite materno, independentemente de quantas vitaminas, minerais e suplementos se adicionem ao que é, no fundo, uma formulação química. O leite materno é o único alimento natural, completo e complexo para bebés. De igual importância é o facto de a amamentação promover a criação de um laço extraordinário entre a mãe e o bebé, algo que só uma mãe pode dar.

O leite materno contém tudo o que o seu bebé precisa: proteínas, lípidos, lactose, vitaminas, ferro, minerais, água e enzimas nas quantidades exatas para o crescimento e desenvolvimento ideais.

Os bebés amamentados são, normalmente, mais saudáveis. O leite materno contém substâncias que impedem o crescimento de bactérias nocivas nos intestinos, que lhes causariam infeções gastrointestinais e diarreicas. O leite materno favorece o desenvolvimento de uma flora intestinal equilibrada que se traduz nas características fezes de cor amarelada e consistência semi-líquida.

De uma maneira geral, o leite materno tem muitos benefícios para o bebé, mas também para a mãe.

O primeiro leite que se forma é o colostro, que se forma nos últimos tempos da gravidez por ação do estrogénio e progesterona. É uma substância rica, amarelada, mais rica em proteínas e com todas as vitaminas, minerais e gorduras necessários para os primeiros dias de vida, além de anticorpos que protegem de infeções.

Com o tempo, o colostro transforma-se em leite maduro. Progressivamente, este fica menos espesso e mais branco. À medida que o tempo passa, aparece o leite maduro, que é muito aquoso no início e torna-se mais branco à medida que a gordura aumenta. O primeiro leite, pobre em calorias, sacia a sede do bebé. Com a continuação da mamada, surge o leite rico em nutrientes que alimenta verdadeiramente o bebé.

A  digestão do leite materno é muito rápida porque tem a propriedade de coagular no estômago do bebé em flocos que permitem a ação imediata dos sucos gástricos.

A produção de leite materno é estimulada pela hormona prolactina, que se liberta sempre que o bebé mama, estimulando a produção de mais leite.

O leite materno está sempre disponível, à temperatura adequada e pronto em qualquer lugar. A amamentação proporciona à mãe e ao filho momentos de intimidade e transmite ao bebé segurança e proteção.

Alimentação da mãe lactante

A alimentação deve ser variada e equilibrada, rica em frutas, hortaliças, carne, ovos e peixe. As necessidades energéticas estão aumentadas em 500Kcal /dia. Se a alimentação não é equilibrada será necessário suplementos de 20% em proteínas, vitaminas e minerais e de vitamina B12 nas vegetarianas.
As mães deverão beber muito líquidos: água (2L/dia) e leite (0,5L/dia), mas evitar as bebidas alcoólicas e a cafeína porque passam para o leite. O tabaco deve ser eliminado.

Durante o aleitamento nunca deverão ser feitas dietas de emagrecimento porque afetam a quantidade e qualidade do leite.

Para evitar a possível contaminação do leite deve-se lavar bem a fruta e legumes, evitar certos alimentos como mariscos, fígado e rins e ter cuidado no uso de produtos tóxicos (detergentes, insecticidas)

Composição do leite materno

A composição no leite materno não é uniforme: depende da duração da gestação, idade do bebé, da altura do dia e mesmo durante a mamada.

O valor calórico é de 67Kcal/100ml. A água é o principal componente:  87,6g/100ml.
As proteínas constituem 1,1g/100ml do leite. Estas são de elevada qualidade biológica e  de biodisponibilidade, sendo 60% solúveis, constituídas por α-lactoalbumina, Ig A, lactoferrina e lisozima, e 40 % insolúveis, a caseína. Os aminoácidos triptofano e metionina estão em elevada concentração, mas os que requerem enzimas específicas para o seu metabolismo (tirosina, fenilalanina) estão em baixas concentrações. Tem enzimas que facilitam a digestão: lipase e amilase.
É um leite muito rico em glúcidos (lactose): 7,0,g/100ml, que contribuem com 40% da energia total. A lactose promove a proliferação de Lactobacillus bifidus no intestino, prevenindo infecções.
Os lípidos presentes são 3,8g/100ml e estes são ricos em ácidos gordos de cadeia longa (ácido linoléico e α-linolénico).
As vitaminas A, D e B presentes no leite são suficientes para suprir as necessidades do bebé. No caso de não haver exposição solar deve-se dar suplementos de vitamina D. As mães vegetarianas terão de dar também vitamina B12.
A carga mineral é inferior ao leite de vaca, mas adequada.  Em bebés prematuros poderá haver necessidade de suplementação de ferro, cálcio e flúor.
No leite materno também se encontram hormonas importantes para o crescimento, enzimas que aumentam a digestão dos nutrientes, fatores antimicrobianos e imunitários que protegem das doenças (anticorpos, lisozima, lactoferrina, interferão, macrófagos, neutrófilos e linfócitos).

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Página da autoria de Laurentino Moreira (farmacêutico) - Última atualização em 21-mar-2019