O primeiro sinal de uma possível gravidez é o atraso menstrual e para o comprovar há que fazer um teste de gravidez. Posteriormente esse teste será comprovado com a realização de uma ecografia.
A gravidez manifesta-se em alguns sintomas físicos muito característicos e perceptíveis desde o começo da gestação, como seios mais sensíveis, necessidade de ir mais vezes à casa de banho em especial à noite, sonolência, pouco apetite, azia, aumento da salivação, sensibilidade aos cheiros, náuseas, vómitos e outros sintomas psicológicos que variam de gravidez para gravidez e de mulher para mulher. Estes devem-se ao aumento dos níveis de progesterona.
Desde logo há que escolher o médico que acompanhará a gravidez até ao fim.
Diagnosticada que está a gravidez, é necessário conhecer o calendário previsto para o nascimento do bebé. É mais fácil contar 280 dias (40 semanas) a partir do l° dia da última menstruação como orientador da Data Provável do Parto (normalmente assinalado DPPI.
Durante a gravidez o médico orientará e acompanhará as alterações que surgem durante este período. Não havendo nenhum problema pessoal anterior, as consultas poderão começar a partir do segundo mês para que o médico possa certificar em tempo útil a idade da gravidez e programar com certeza a data do parto. As consultas têm um calendário que deverá ser respeitado. Segundo o calendário estabelecido e as necessidades que forem surgindo, são pedidos alguns exames de rotina. As ecografias, hoje em dia de grande utilidade no estudo do bebé, como uma técnica de apoio ao médico, também têm o seu tempo útil.
Durante a gravidez são prescritos alguns medicamentos com uma aplicação dirigida. É o caso do ácido fólico, do ferro, das vitaminas e do cálcio, que são prescritos pelo médico no tempo apropriado. Toda outra medicação será prescrita consoante as necessidades e sempre sob orientação médica.
A partir de uma pequena célula desenvolve-se no útero da mãe um pequeno ser. Durante os 9 meses que dura a gravidez o bebé vai ganhando forma, alimentado através dos vasos sanguíneos do cordão umbilical.
Durante a gravidez o corpo da mulher sofre várias mudanças físicas e psíquicas. Há um aumento do volume sanguíneo e o metabolismo, regulado pelas alterações hormonais, acelera de modo a responder às necessidades do bebé e proporcionar um bom desenvolvimento.
A obstipação é um problema muito comum durante a gravidez. Esta tem tendência a agravar-se no final da gravidez, induzido pelas alterações hormonais que se dão (aumento da progesterona) e o crescimento do útero que exerce pressão sobre os intestinos. Para prevenir esta situação é importante:
A prisão de ventre poderá agravar as hemorróidas.
As náuseas e os vómitos são outros sintomas bastante frequentes durante a gravidez. Embora sejam mais vulgares no início, podem prolongar-se até mais tarde. Algumas das formas de controlar estes sintomas são:
Um dos incómodos mais comuns na gravidez é a azia. Esta deve-se às alterações hormonais que promovem o relaxamentos de alguns músculos. A digestão também é mais lenta. Para evitar os sintomas da azia, a grávidas devem:
Durante a gravidez, as alterações hormonais podem causar sangramento ou inchaço das gengivas, pelo que deverá utilizar-se uma escova e dentífrico específico para gengivas sensíveis. Deverá consultar-se o dentista antes ou logo nos primeiros meses da gravidez para detecção de algum problema.
Outros problemas que poderão aparecer durante a gravidez são:
O estado nutricional de uma mulher antes de engravidar determina o desenvolvimento inicial do embrião e da placenta. O peso corporal da mãe na concepção, tanto o baixo peso como o excesso de peso, podem colocar a gravidez em risco e afetar de forma negativa a saúde da criança na sua vida adulta.
A alimentação durante a gravidez é da maior importância não só para a grávida, mas também para o futuro bebé. As necessidades nutricionais energéticas são acrescidas na gravidez em 255Kcal por dia e no que se refere a algumas vitaminas e minerais as necessidades estão aumentadas em 150%. As mães não precisam de comer por dois. A qualidade da alimentação é a chave.
As vitaminas, os minerais e os oligoelementos são importantes no processo de criação da vida. São parte essencial da dieta e podem ser encontrados em quase todos os alimentos, mas para funcionarem devidamente no organismo, é preciso assegurar que os níveis estão equilibrados. Nem sempre é possível assegurar uma ingestão suficiente de frutas e legumes frescos e a confecção promove a degradação das vitaminas. O estilo de vida atual leva a uma ingestão insuficiente de vitaminas, tornando necessária a suplementação sob a forma de multivitamínicos.
As mulheres devem tomar suplementos de ácido fólico antes da gravidez e no primeiro trimestre, para reduzir o risco de defeitos do tubo neural, como a espinha bífida. Em alguns países é recomendado suplementos de vitamina D porque têm baixos níveis desta vitamina.
As necessidades de Ferro, Iodo e ácidos gordos Ómega 3 (DHA) aumentam durante a gravidez.
O ácido fólico (vitamina B9) é uma vitamina de grande importância na gravidez. O ácido fólico tem um papel muito importante no funcionamento do sistema nervoso do feto, no desenvolvimento e na produção de glóbulos vermelhos e na prevenção de algumas malformações do feto, como a espinha bífida. Previne o aborto espontâneo e hemorragias pós-parto. É uma das vitaminas com necessidades mais aumentadas durante a gravidez. Está presente em vegetais de folha verde, nos cereais integrais e na carne.
A vitamina A e Beta-caroteno promove o crescimento e a diferenciação celular, sendo indispensável para o desenvolvimento do bebé na formação dos tecidos, ossos e da visão. Durante a gravidez, a vitamina A deve ser administrada sob a forma de Beta-caroteno, que é convertido em vitamina A quando necessário. O excesso de vitamina A pode estar associado a risco acrescido de doenças congénitas.
A vitamina C é essencial para uma boa absorção do ferro, ajudando a prevenir a anemia. Está presente nos frutos, especialmente citrinos e kiwi.
A vitamina D é importante para a absorção e fixação do cálcio nos ossos da grávida e para a formação do esqueleto do bebé. Encontra-se nos produtos lácteos.
A vitamina E é importante para a formação do sangue e o último trimestre para a criação de reservas de gordura no feto.
A fibra alimentar, presente nos legumes, frutos e cereais integrais é importante para prevenir a obstipação muito frequente durante a gravidez.
O ferro é um componente dos glóbulos vermelhos do sangue, constituinte da hemoglobina. A sua carência origina anemia. A grávida necessita de mais ferro, pois além das suas necessidades está a formar os glóbulos vermelhos do bebé. É um componente presente nas carnes vermelhas. É normal tomar suplementos durante a gravidez.
O cálcio é o constituinte mais importante dos ossos e dentes. Para evitar o enfraquecimento dos ossos é essencial que a grávida ingira alimentos ricos neste mineral, como os laticínios.
O Iodo é importante para o funcionamento normal da tiróide, para o crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso central. É recomendado que as grávidas ou lactantes ingiram uma quantidade adicional de 200 µg de Iodo por dia.
O Zinco é um componente essencial em várias enzimas, na gestão hormonal, no sistema imunitário, desenvolvimento ósseo e crescimento fetal. A suplementação pode contribuir para prevenir o baixo peso à nascença.
Que alimentação fazer?
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Alimentos a evitar:
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A alimentação deve ser variada e rica em vitaminas. Os legumes e a fruta,
pela sua riqueza em vitaminas e fibra são essenciais. No entanto deve-se ter atenção aos legumes
crus, que devem ser muito bem lavados e desinfetados com produtos próprios, pois são uma fonte
de transmissão de algumas doenças que podem afetar o feto.
Os cereais, sobretudo os integrais,
são uma fonte de energia, vitaminas, minerais e fibra alimentar. As fibras alimentares são
fundamentais para o bom funcionamento intestina.
Os produtos lácteos são fonte de cálcio,
proteínas e vitaminas. Durante a gravidez as necessidades de cálcio estão aumentadas e o
leite e derivados, sobretudo o iogurte de fácil digestão, são essenciais na dieta.
A carne e o peixe, fontes de proteínas, não podem falta. A carne rica em ferro, cujas
necessidades estão aumentadas durante a gravidez e o peixe rico em gorduras polinsaturadas
e ácidos gordos essenciais de extrema importância para o desenvolvimento do cérebro
e da visão do bebé.
Deve-se preferir as gorduras de origem vegetal por serem ricas
em ácidos gordos essenciais.
É normal que a mulher engorde alguns quilos durante a gravidez, que depois voltarão ao normal quando amamenta. Segundo o Institute of Medicine dos EUA é normal o aumento de peso durante a gravidez de 12,5 a 18Kg no caso de mulheres magras, de 11,5 a 16Kg nas mulheres com peso ideal e de 7 a 11,5Kg nas mulheres gordas.
Um aumento excessivo de peso não significa que o bebé será maior e pode trazer inconvenientes para o trabalho de parto e para a saúde de ambos. Por outro lado, um aumento deficiente de peso pode interferir com o normal desenvolvimento do bebé, aumentando o risco de prematuridade e de bebés de baixo peso.
O objetivo deste aumento de peso é o de alimentar o bebé durante a gravidez e durante o aleitamento.
Há a ideia popular de que a mulher, durante a gravidez, deverá comer por dois. Esta ideia não é correta e poderá levar a um peso excessivo durante a gravidez. O que deverá deverá acontecer é a escolha criteriosa dos alimentos e a diversificação, devendo ser rica em vitaminas e sais minerais.
Se o aumento do peso for dentro dos valores considerados normais*, rapidamente a mulher volta ao peso inicial a pós o parto. No entanto, se for excessivo será mais difícil voltar ao estado inicial e poderá acarretar alguns problemas tanto à mãe como ao bebé.
Para a mulher:
Para o bebé:
*Como deverá ser distribuído o aumento de peso ao longo da gravidez?
O acréscimo de peso no final da gravidez resulta da soma de vários fatores: Peso do bebé (3,5Kg) + Placenta, líquido amni+onico e outras alterações fisiológicas (4Kg) + Gordura de reserva destinada à amamentação (3,5Kg). |